"Conselho Superior da Ordem dos Advogados pede ao bastonário que clarifique as suas denúncias"

Há uns anos atrás o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses ficou célebre - tristemente, para alguns - pela sua reacção ás acusações de corrupção entre os autarcas. Argumentava ele, dirigindo-se aos acusadores, que deviam indicar os corruptos. Não me recordo se exigia ou não a morada e o número de telefone, mas dava claramente a entender que vontade não lhe faltava. Mais tarde quando Rui Rio denunciou a corrupção existente na autarquia do Porto - uma coisa que a ninguém tinha ainda ocorrido, em boa verdade - acabou objecto de acusações e de investigações. Julgo que terá sido relativamente a este caso que Saldanha Sanchez escreveu por outra spalavras que se alguém queria ter sérios problemas com a justiça o melhor caminho era denunciar os corruptos.

Neste caso parte da Ordem parece que não gosta da escolha feita pela classe. Acha que o bastonário - que comete excessos mas que não peca por omissão ou por assobiar para o ar a fingir quer não se passa nada - não pode falar de corrupção se não indicar o nome e a morada dos corruptos e não pode criticar os juízes apresentando de imediato a lista dos bons e dos maus, sempre acompanhada dos respectivos números de telefone para facilitar a "investigação". Nos tempos que correm a vida não está fácil para os que se atrevem a criticar o status quo. Mas Marinho Pinto parece ser um homem de antes quebrar que torcer.


 

Pedra do Homem, 2007



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