O silêncio de Manuela Ferreira Leite parece cair como sopa no mel na estratégia do Governo. Não há nada que o Governo faça de suficientemente mau que justifique a saída da líder do PSD - chamar-lhe da oposição seria um manifesto exagero - do recato a que se remeteu.
Bem pode vir Marcelo Rebelelo de Sousa esclarecer que a "coisa" tem mais vantagens que inconvenientes - a formulação por si só é além de original engraçada parecendo o professor ter optado por tentar retirar dramatismo à situação recorrendo ao humor negro - que não se percebe como recuperará a dona Manuela deste seu auto-exílio e com que perdas. A questão que para muita gente já começa a ficar clara é que para o PSD as coisas são como são e por acaso até não são muito más com este PS alaranjado - recorrendo à feliz formulação de Louçã - e que para garantir a estabilidade e as vantagens de uma maioria absoluta por mais quatro anos não haverá melhor do que votar em Sócrates em 2009 que, tal como as coisas estão, não será por isso que a dona Manuela virá dizer coisa alguma.
Este seria o melhor dos mundos para Sócrates que podia partir para a campanha eleitoral livre do ónus de ter que conquistar votos à esquerda com promessas que nem nos seus piores pesadelos se imagina a cumprir.
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