O CEO da GALP, Engº Ferreira de Oliveira, anunciou hoje, na sessão comemorativa dos 30 anos da Refinaria de Sines, que a GALP apoia a recandidatura de Manuel Coelho para a câmara de Sines.
Fê-lo através da divulgação de uma oferta de 6 milhões de euros à autarquia para financiar a cidade desportiva, acompanhado de um rasgado elogio à capacidade "negociadora" do autarca da CDU. Faltou ao CEO da GALP referir o outro lado da moeda: a insuperável capacidade do autarca para se calar quando se trata de defender os interesses da população e criticar as agressões ambientais e a falta de respeito perla saúde pública. Desde que paguem, como ele referiu salientando com mágoa a omissão da Borealis e de outros que agridem mas não pagam, as coisas são aceitáveis.
Atendendo às avultadas isenções fiscais obtidas pela GALP - 150 milhões de euros na ampliação da unidade, mais de 1 milhão de euros por posto de trabalho criado - será ilegítimo considerar que este financiamento foi feito com o dinheiro dos contribuintes? Atendendo a que a participação da GALP no processo GISA é de 300 mil euros será ilegítimo considerar que estão a gozar connosco?
Este investimento é um investimento "estruturante" já que vai permitir libertar os terrenos agora utilizados pelo estádio municipal para serem urbanizados. Adivinham-se muitos milhões é disto que se alimenta e se constitui o "projecto" que o autarca quer concluir antes que se acabe.

PS - será possível manter muito mais tempo esta situação em que as relações entre estas empresas e as autarquias se pautam por pessoalismos e por avaliações pessoais dos CEO´s relativamene aos autarcas? Ou temos que evoluir para relações institucionais em que as comparticipações das empresas são fixadas por lei e não podem ser encaradas como contrapartidas para atitudes de subserviência e de cumplicidade para com os interesses dos accionistas das mesmas?


 

Pedra do Homem, 2007



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