"Manuel Alegre “dificilmente” será candidato às próximas eleições legislativas".
As declarações de Manuel Alegre já se tornaram uma rotina e as críticas que o deputado socialista tem feito ao Governo já caíram mesmo numa certa rotina.
Mas, nesta declaração, o que Manuel Alegre anuncia é a próxima rotura com o seu PS. Quando afirma que dificilmente será candidato nas próximas eleições legislativas e que "o partido [PS] neste momento é uma máquina eleitoral, é uma máquina de poder. Deixou de ter uma vida própria e uma vida autónoma, a direcção do partido é o Governo" está apenas e só a traduzir por palavras aquilo que as pessoas sentem.
Ora num partido que funciona desta forma não há espaço para pessoas como Manuel Alegre e por isso previsivelmente nas próximas eleições legislativas ele não integraria as listas do PS substituído pelo senhor fulano de tal, fiel de Sócrates e do seu excelentíssimo Governo que tão bem nos tem governado e que tanto bem nos tem feito.
Depois do que se passou em anos anteriores com deputados como Henrique Neto, Helena Roseta, Alegre é um candidato à exclusão apesar do seu peso histórico. Mas não é so ele, Ana Gomes, a eurodepuatda, também deve ter os dias contados. A nova estação socialista faz-se de tons de cinzento carregado, com poucas movimentações de cabeça, as básicas para o sim obediente, e uma escassa mobilização de neurónios por questões de poupança de energia.


 

Pedra do Homem, 2007



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