"Liga dos Campeões: Olés para o Sporting, vitória para o Barcelona."
A mediocridade do jogo reduziu a pó a arrogância de quem pretendia disputar com o Barcelona o primeiro lugar do grupo. Arrogâncias inconsequentes já que Paulo Bento explicou muito bem que o mais importante era controlar o adversário. Nem com o apuramento já garantido o Sporting se dedicou ao espectáculo e ao prazer do jogo pelo jogo. Porque será que o Sporting entre sempre tão mal nos jogos?
Mas, o momento mais caricato do jogo foi quando os adeptos do Sporting deram em cantar olés sempre que a equipa conseguia trocar quatro ou cinco passes com o Barcelona a ver. Nessa altura estavam com cinco no papo e cantavam olés. Imagina-se que se em vez de cinco tivessem sido dez a cantoria durava até ao Natal. O visconde de Alvalade deve ter dado voltas na tumba.
Este jogo foi um jogo tipicamente "Paulo Bentiano", um jogo cheio de "ses". "Se" o Caneira fosse um bom central e não desse roscas que resultam em auto-golos; "se" o Rui Patrício conseguisse acertar na bola e não apenas acertar- abalroar - no catalão; "se" o Derlei conseguisse meter na baliza a bola que o Pereirinha lhe preparou com esmero e delicadeza; "se" o Sporting tivesse mais dois ou três Pereirinhas; "se" Paulo Bento fosse tão bom treinador quanto Guardiola; "se" o Sporting jogasse melhor à bola; "se" o Liedson tivesse mais algumas bolas a jeito em vez de passar o tempo a secar, etc.etc, naturalmente o Sporting teria ficado com o primeiro lugar garantido.
Esta cabazada poderia ter uma vantagem: Paulo Bemto perceber definitivamente que um dos melhores jogadores do plantel é o jovem Pererinha. Mas Pereirinha, que joga de forma veloz e simples e que cruza como ninguém no plantel, tal como no ano passado depois das exibições espectaculares na Taça Uefa, vai certamente para o banco para ... amadurecer.


 

Pedra do Homem, 2007



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