Pintura de Claude Monet (1840-1926)

(... ) Em espírito eu via o mercado, a bolsa, o bazar ocidental das trocas dos fantasmas. Estava ocupado com as maravilhas do instável, a sua duração espantosa, a força dos paradoxos, a resistência das coisas usadas. Tudo se figurava. As lutas abstractas tomavam a forma de diabruras. A moda e a eternidade engalfinhavam-se. O retrógrado e o avançado disputavam o ponto de onde se cai. Mesmo as novidades novas geravam consequências muito antigas. Aquilo que o silêncio elaborara vendia-se em leilão... Todos os acontecimentos espirituais possíveis produziam-se rapidamente, enfim perante a minha alma ainda meia adormecida. (...)

Paul Valery (1871-1945)

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Pedra do Homem, 2007



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