"Ministra não suspende mas simplifica avaliação dos professores".
A ministra e os sindicatos valorizam de uma forma extrema este modelo de avaliação de professores. Os professores rejeitam-no por um conjunto alargado de razões que a rapaziada de raciocínio binário simplifica atribuindo essa recusa a um desejo confesso de não serem avaliados. A ministra quer este modelo e não outro porque este modelo foi concebido para concretizar os seus objectivos, sendo uma peça fundamental no processo de "acondicionamento" dos professores. A avaliação é aqui apenas e só irrelevante.
Face á dimensão atingida pela luta dos professores, a ministra está disposta a ceder alguma coisa com o objectivo estratégico de salvar o modelo. Não se trata de salvar a avaliação dos professores, trata-se de salvar este modelo de avaliar os professores. A estratégia é clara: anunciar medidas pontuais de correção de erros detectados, incapazes de pôr em causa o modelo e dessa forma manifestar disponibilidade para o diálogo e flexibilidade, esperando uma intransigência dos sindicatos e a sua marginalização aos olhos da opinião pública.
O que corre mal nesta estratégia é o facto de grande parte da sociedade parecer já ter compreendido a luta dos professores e quase toda a gente ter já percebido que se os sindicatos traduzem na sua acção a vontade dos seus associados ser este o processo em que isso é mais evidente nas últimas décadas.
Posto isto, e não existindo nesta altura espaço para os sindicatos aceitarem as migalhas que a ministra entendeu atirar à populaça, resta à ministra atirar mais migalhas tantas vezes quantas as necessárias para que se perceba que o seu modelo já foi por essa via esfrangalhado e reduzido a pó. Para bem de todos nós e, como diria o inestimável presidente da CONFAP, Albino Almeida, em particular das nossas crianças.
PS - quando falo da ministra é do Governo que falo.
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