"Ministra admite substituir modelo de avaliação no próximo ano lectivo "
A admissão pela Ministra de que o modelo de avaliação deverá ser substituído constitui uma resposta inequívoca à mobilização sem precedentes que levou mais de 90% dos professores a fazerem greve. Desse ponto de vista, esta evolução da posição do Governo é o resultado da luta dos professores e constitui uma sua vitória.
Mas, a posição da Ministra, sendo mais do que necessária e inevitável nas condições actuais, é insuficiente para apaziguar as Escolas. A Ministra não tem condições para impor no corrente ano lectivo este modelo de avaliação que, afinal, ela própria já reconhece ser um modelo inexequível e a prazo. Não existem condições para avaliar agora segundo este modelo os docentes que o contestam, com sucesso, desde há meses.
Por outro lado, o agudizar da luta e a intransigência ministerial permitiram estabelecer uma relação estreita entre aspectos deste modelo, inaceitáveis para os professores, e o estatuto da carreira docente com a divisão entre professores titulares e os outros. Esta é a próxima fronteira para a qual Maria de Lurdes Rodrigues será obrigada a recuar, até que seja obrigada a revogar essse preverso estatuto.
Os professores construiram uma unidade tal e obtiveram um tal nível de mobilização que se tornaram na classe profissional mais indesejável de encontrar pela frente. O Governo e o Ministério da Educação não só levaram um tempo infinito a perceber isto como contribuíram decididamente para essa construção.
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