O Governo que, e muito bem, tinha dado a ideia de que não ia ajudar a resolver a crise do BPP afinal sempre vai dar uma valente ajuda.
O BPP é um banco que gere as grandes fortunas de alguns privilegiados - os happy few - e que faz disso a sua única actividade. O patrão do Banco é, segundo a sua douta opinião, um caso de sucesso na gestão de fortunas. Certamente todos os accionistas ganharam pipas de massa anos a fio mas como o negócio envolvia riscos esta crise veio provocar perdas significativas. Com os bolsos mais vazios, e com parte do dinheiro a escoar-se pelos buracos que se iam abrindo, do que se lembraram os senhores accionistas ? Do Estado, pois claro, essa entidade, para eles, quase obscena cujo peso na economia lhes provoca tantos dissabores e os impede de fazerem de Portugal o país mais próspero do mundo (para eles, naturalmente) apesar de simpaticamente não lhes tributar as fortunas.
Mas o Governo, este Governo, nunca esquece os seus amigos e depois de alguns telefonemas logo decidiu arranjar uma solução para viabilizar o BPP e impedir prejuízos aos Balsemões, Saviottis e outros, tudo famílias estimáveis que podem sempre contar com o seu Governo e com o dinheiro de todos nós. Para fazer passar esta disponibilidade do Governo, que a um pobre não é capaz de dar um cêntimo, o Expresso do Dr. Balsemão inventou esta capa extraordinária que levanta a pertinente questão da "imagem". Presume-se que o Dr. Balsemão voltou à direcção do jornal por um dia.
Para legitimar toda a actuação do Governo neste processo da banca basta agora seguir as recomendações aqui deixadas. Fica tudo perfeito e ninguém se poderá queixar do "nosso" Governo.


 

Pedra do Homem, 2007



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