"Cavaco Silva promulgou Estatuto dos Açores mas denuncia abertura de "precedente muito grave".
O Presidente da República tem, na minha modesta opinião, completa razão. O Estatuto dos Açores representa uma inaceitável intromissão nos poderes do Presidente da República, visando diminui-los.
Não penso que se se tratasse do Estatuto da Madeira o PS propusesse coisa idêntica. Não prevejo igual proposta caso o Presidente da República fosse de esquerda, por exemplo Sampaio ou Soares.
Nestas matérias a relação entre os orgãos de soberania deve reger-se por príncipios e não por oportunismos partidários pontuais. Não compreendi nenhuma das intervenções dos diferentes partidos de esquerda em defesa do Estatuto.
Estou certo que caso a situação económica fosse outra Cavaco Silva teria dissolvido o Parlamento. Aliás, do meu ponto de vista o Parlamento não merecia outra coisa. Mas, mestre na arte da vitimização, Sócrates não queria outra coisa e o Presidente, felizmente, não lhe fez a vontade.
Mas, será que alguém acredita nas palavras do primeiro-ministro que ainda recentemente saudava a excelente relação institucional com o Presidente? Talvez sejam ainda menos os portugueses que acreditam nisso do que aqueles que acreditam ter sido José Sócrates a baixar a taxa de juro de referência do BCE.


 

Pedra do Homem, 2007



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