"Freeport: Primo de Sócrates nega "qualquer actividade ilícita"
A revelação do primo de Sócrates de que talvez lá para o final do ano esteja de volta do seu curso de artes marciais rivalizou em nonsense com a do querido tio do primeiro-ministro de que o seu querido filho voltaria mais cedo se lhe pagassem as viagens. Foi uma verdadeira pausa na sequência infernal de notícias -fugas de informação chamam alguns - sobre este caso. De notável no dia noticioso de ontem talvez apenas o debate no Prós e Contra na RTP-1.
Pelo que se viu muita gente tece as maiores críticas ao funcionamento da justiça. Pelo que se viu muita gente acha que neste caso a justiça foi morosa e dessa forma criou condições para a sua instrumentalização. Poucos são os que apontam soluções.
Saliento duas intervenções: a do politólogo Luis Meirinho que deu conta de estudos que revelam o nível de percepção dos portugueses relativmente ao estado da corrupção e da consequente descridibilização da democracia; a intervenção do director-adjunto do Correio da Manhã. Eduardo Damaso, que recusou a diabolização da imprensa e que colocou em evidência a fragilidade do sistema judicial em particular no que se refere aos mecanismos de que dispõe no combate à corrupção
Uma fragilidade construída com a cumplicidade dos políticos que por isso mesmo têm a obrigação de dar sobre as suas implicações neste como em outros casos uma explicação cabal e definitiva, como salientou Paulo Morais o ex-vereador da Câmara do Porto.


 

Pedra do Homem, 2007



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