O último expresso da meia-noite foi a não perder. O programa decidiu fazer o balanço de quatro anos do Governo com a participação de Paulo Rangel, pelo PSD, e de três socialistas: Santos Silva, Oliveira e Costa, o das sondagens, e Henrique Neto, o heterodoxo socialista e empresário, com uma particular estima por "gajos tipo Santos Silva".
O PSD tem feito por aí um escarceu sobre a desigualdade na representação dos dois partidos na discussão. Até o Pedro santana Lopes já terá escrito sobre a importante questão no seu blogue.
Tirando o facto de Oliveira e Costa ter opinado apenas para comentar dados das sondagens, as intervenções relevantes foram as de Henrique Neto, não me conseguindo agora recordar de nada que Paulo Rangel tenha dito, embora recorde a azeda troca de palavras com Santos Silva, que felizmente não estava presente no estúdio. Aliás, a rispidez de Santos Silva, a foma como ele manipula os dados e repete a cassete do Governo, deveria levar o PSD, caso tivessem trambelho, a exigir ao PS que mandasse o ministro dito da propaganda sistematicamente a tudo o que é debate.
O momento que me agradou mais no programa foi quando Henrique Neto declarou que a crise interna já existia e que este Governo teve a sorte da crise internacional, um alibi perfeito para poder justificar os seus fracassos. Outro momento foi quando o empresário declarou que este Governo é o Governo das grandes empresas e que por acaso as maiores aquelas às quais o Governo dedica os maiores apoios e atenções -referiu que o ministro da economia perde com elas 80% do seu tempo - são empresas que não exportam os seus produtos e que não estão sequer sujeitas à concorrência externa, o que é extraordinário para um País que tem uma péssima balança de transações correntes e que necessita de exportar como do pão para a boca. Santos Silva ficou à beira de uma apoplexia mas ... contra factos a propaganda não ajuda.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats