"Vital Moreira defende maioria absoluta para "tomar as medidas que o país carece"
O dr. Vital passou instataneamente de uma fase em que apenas queria discutir a Europa e lamentava os que queriam fazer das eleições um plebescito da acção governativa para esta fase em que se tornou o principal arauto da maioria absoluta e usa a Europa como um palco para louvar o Governo.
Os argumentos são de uma pobreza franciscana mas introduzem uma nuance: a autoridade. O dr. Vital acha que sem a autoridade que a maioria absoluta dá o governo não pode tomar as medidas de que o país carece. O que me parece claro é que o dr. Vital Moreira, a lembrar-se dos tempos em que acharia a democracia burguesa uma coisa abominável, está tentado a pedir ao eleitorado para que suspenda a democracia, não por 6 meses como modestamente pedia a drª Manuela Ferreira Leite mas ... por quatro anos.
Julgo que o dr. Vital não vai ter sorte nenhuma a começar pelas europeias em que se percebe que a sua contribuição para o desempenho do PS apenas pode contribuir para um desastre, a julgar pelas suas paupérrimas intervenções no espaço público-mediático.
Há uma coisa que não devia escapar a um professor com tão elevados pregaminhos de constitucionalista e de homem de cultura acima da média: ninguém concede a outrém poderes discricionários para o castigar se entender que é esse o tratamento que mais se adequa ao seu caso. Ora é isso que Vital Moreira está a pedir ao elitorado, a julgar pelo que se passou nos últimos quatro anos.


 

Pedra do Homem, 2007



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