"Sá Fernandes lança associação cívica que não irá a votos"
Nada de novo: o Zé não quer pura e simplesmente ser absorvido pelo PS pelo que escolhe "lançar uma associação". A formulação dos objectivos da dita cuja é a um tempo sofisticada e clara: "definir um programa a discutir priveligiadamente com António Costa, mas aberto à participação de outras forças políticas", mais coisa menos coisa. Claro que a formulação não quer dizer nada e o seu efeito será o mesmo que a declaração porque todos esperavam que poderia ter sido a seguinte: "depois desta agradável experiência de exercício do poder com o meu amigo António Costa não posso deixar de manifestar a minha disponibilidade para continuar a servir priveligiadamente a cidade e o projecto que o António tem para ela".
Sá Fernandes arrepia-se só de pensar que enquanto cada esquerda de Lisboa olha para o seu umbigo o Santana vem pela calada e pimba. Não fora, aliás, Santana Lopes e a sua sombra ameaçadora a pairar sobre a cidade e o Zé não se daria a tanto trabalho, mas, o menino guereiro, obriga a este esforço de unidade das esquerdas, mesmo que seja só a fingir que é unidade e não a pura e dura absorção.


 

Pedra do Homem, 2007



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