Sócrates admite resultado “decepcionante” mas diz que Governo vai manter rumo
Pode manter o rumo, sim senhor, que as derrotas seguintes serão inexoráveis. A conversa do rumo é o costume: dar a ideia que estas eleições não contavam para a questão da governação. Contavam, tanto mais, quanto o primeiro-ministro nelas se empenhou com unhas e dentes. Ma como será possível manter este discurso quando entre 2004 e 2009 o PS passou de 1.512.885 votos para 045.368 votos. Será que o primeiro-ministro acha que o resultado de 2004 não influenciou o resultado de Fevereiro de 2005?
Julgo que Sócrates, para lá desta retórica de ocasião, vai tentar mudar alguma coisa: vai tentar virar o sentido da governação para a esquerda de forma a tentar recuperar parte dos votos que voaram para o BE e a CDU que já ultrapassam os 20%. A pressão dentro do PS para que o Governo mude de políticas vai crescer e a esquerda reforçada vai aumentar a sua contestação. Se não mudar nada Sócrates arrisca-se a perder a liderança do próprio PS. Entre um poder que parece inamovível e a iminência da derrota total vai, na democrcia, um pequeno passo.
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