Contas públicas precisam de ser corrigidas depois do fim da crise
A crise foi afinal uma enorme oportunidade que este Governo não desperdiçou e que não quer desperdiçar no futuro. Arrastados para o fundo pela irresponsabilidade dos ladrões do sistema financeiro internacional - os nossos Madoff´s estão agora a aperceber-se, com as vidas tranquilas que levam, do que se passou com as instituições que geriam e das quais sacaram tudo o que puderam, para confortáveis paraísos fiscais, ficando alguns deles em condições de se candidatarem ao RMG segundo as rigorosas condições de Paulo Portas - vimos o Estado socorrer com biliões as associações de ladrões em que algumas instituições financeiras se tinham tornado. Agora, depois da crise passar ou de os seus efeitos se terem atenuado, o ministro Teixeira dos Santos vem declarar que após a crise a consolidação das contas tem que continuar. Traduzido este governês para a linguagem de todos nós, isto quer dizer que depois da coisa ter estabilizado, os portugueses irão voltar a ser apertados pela máquina de sacar dinheiro do Estado, das duas maneiras que essa máquina utiliza: sacar mais impostos, coimas, moras. tudo aquilo que se imaginar, ou reduzir as prestações sociais obrigando as famílias a um maior nível de despesa para assegurarem o mesmo nível de acesso à saúde, à educação etc.
O ministro não diz nada que alguns não soubessem já. Limita-se apenas a retirar todas as dúvidas a quem ainda as tivesse.
Tinhamos nas Finanças um ministro que era conhecido pelo petit nom do "Teixeira dos Bancos", infelizmente ele passou a acumular as finanças com a economia. Uns vão perder muito e outros vão ganhar muito. O costume.


 

Pedra do Homem, 2007



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