O artigo de opinião de Mnuel Alegre, pulicado no Expresso do passado fim de semana.
"Em nenhum outro país europeu a esquerda é eleitoralmente tão forte como em Portugal. Mas essa força não serve para grande coisa. Sobretudo não serve para governar, seja em coligação seja através de acordos pontuais. Em caso de maioria relativa do maior partido da esquerda, a governabilidade só é garantida à direita, quer através do bloco central, quer com o apoio do CDS. Nem o PCP e o BE estão disponíveis, nem o PS quer governar com qualquer deles. As nossas esquerdas parecem ter como desígnio principal excluírem-se umas às outras. É uma das originalidades portuguesas.(...)" Ler mais aqui.
Fundamental.
Pelo que me toca subscrevo na íntegra esta posição. Em particular na dura e justa crítica feita à evolução e à práctica política do PS mas também na crítica à actuação das restantes esquerdas.
Manuel Alegre apresenta a solução: "(...) E por isso impunha-se um sobressalto. Seria preciso que os socialistas acordassem do seu torpor e que dentro do PS se ouvissem vozes a exigir uma mudança. Não só de estilo, mas de pessoas e de políticas. Na educação, no trabalho (cujo Código é imperioso rever), na justiça, na função pública, na relação com os sindicatos, na afirmação do primado da política e na urgência de libertar o Estado de interesses que o condicionam. Seria preciso que o PS fosse capaz de se reencontrar consigo mesmo, com os seus valores e com o seu eleitorado. E que as outras forças de esquerda, sem abdicarem das suas posições próprias, definissem com clareza o adversário principal e se interrogassem sobre as consequências de um eventual governo de MFL. Se a direita governar, o povo da esquerda será o principal perdedor, independentemente da votação nos partidos que dele se reclamam.(...)"


 

Pedra do Homem, 2007



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