Mário Nogueira não participa em reunião porque ministério “desrespeitou” negociação
A manifestação marcada pela FENPROF para ontem em frente ao Ministério - depois de várias mudanças de local - destinava-se aos professores não colocados e permitiria que estes evidenciassem a sua revolta com os resultados do concurso.
A FENPROF teima em não perceber que muitos professores desejavam ardentemente não ser colocados sob pena de irem parar aos quintos dos infernos e ficarem quatro anos separados das suas famílias. A FENPROF teima em não perceber que parte dos colocados na primeira fase ficam agora impossibilitados, pelas regras entretanto alteradas pelo Ministério, de conseguir pelo destacamento a aproximação ao local de residência.
O resultado está à vista: algumas dezenas de professores - das dezenas de milhares de não colocados - protestaram contra o concurso. Um fiasco.
Porques será que uma classe tão mobilizada, mesmo em condições dificeis, mostra agora tão pouca mobilização com uma questão mais concreta, a falta de colocação?
Talvez a FENPROF tenha uma resposta. A mim parece-me que o Ministério consegue em pleno aquilo que mais o motiva: virar professores contra professores, dividir a classe. Neste caso ao colocar a concurso apenas alguns milhares de lugares o Ministério sabe que professores melhor colocados nas listas de graduação vão parar a escolas que não teriam escolhido e que, se o concurso integrasse os lugares correspondentes às necessidades, irão ser ultrapassados por colegas pior colocados. Sabe que milhares de professores esperavam pelo dia D aguardando por uma não-colocação na expectativa de uma segunda fase mais favorável. Nada excita mais o Ministério, e o tridente de ouro da educação socialista, do que dividir, amesquinhar, agredir os professores.
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