De acordo com fontes geralmente bem informadas o PSD não solicitou, até ao final do dia de hoje, qualquer certidão para os integrantes das listas candidatas à autarquia de Sines. Ainda o pode fazer amanhã, mas arriscamos já a denúncia deste facto inédito na vida democrática em Sines: o PSD não se candidata a qualquer dos orgãos da autarquia de Sines.
Descobre-se assim a estratégia que esteve por detrás das sucessivas desistências de diferentes candidatos e da apresentação de um candidato que desde o ínicio apareceu como fraco e garante seguro de uma votação muito abaixo dos valores normais do PSD: o PSD vai votar massivamente no SIM. Manuel Coelho, que manobrou na sombra, ou às claras, por interpostas pessoas, recebe assim de uma assentada um "grupo de cidadãos" que vai engrossar o seu movimento de apoio à recandidatura dos transfugas da CDU. A direita dos interesses já escolheu o seu candidato. Sabe com aquilo que pode contar e está de peito feito para o saque que se adivinha. Saliva quando ouve falar de Cidade Desportiva e dos milhões que pode capturar com os terrenos libertos para a especulação imobiliária. Quer continuar um trabalho que tantos lucros lhe proporcionou nos últimos vinte anos.
Este é o segundo golpe do baú depois da famosa candidatura dos Independentes em 1997 e destina-se a tentar evitar aquilo que se desenhava, ontem como hoje, como inevitável: a derrota de quem tem exercido o poder autárquico de uma forma tão prepotente e tão incompetente. Mas, os tempos são outros e há muito mais andorinhas nesta primavera. A bipolarização de 1997 já não se repete.


 

Pedra do Homem, 2007



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