Portugal desce no ranking da percepção da corrupção
Portugal cada vez mais corrupto é outra forma de dizer. Se verificarem bem aqui existem alguns países da Europa que se situam em níveis de corrupção irrelevantes. Países em que se pode dizer que não há corrupção. São aqueles países que os nossos governantes gostam de referir quando se trata de importar medidas apressadas aplicadas fora do contexto, como as da educação à Filandesa e as da flexisegurança à Dinamarquesa. Mas quanto a importar o resto nem pensar nisso é bom. Quando falo do resto falo da erradicação da corrupção e da redistribuição equitativa da riqueza.
Na Europa ainda há muitos e bons exemplos de que uma sociedade que não fique prisioneira da clássica, e velha, dicotomia entre o Mercado todo poderoso e o Estado todo poderoso pode ser uma sociedade mais justa e onde todos possam viver melhor.
Um aspecto curioso de todos estes países é que o Estado controla e socializa as mais-valias urbanísticas sendo que apenas num deles -a Holanda- existe a municipalização da produção do solo urbano, isto é, na generalidade destes países a socialização efectiva da mais-valia urbanística não é feita com a "nacionalização das mais-valias", uma expressão que francamente não sei o que significa. Outro aspecto em que devíamos pensar era que esse controlo das mais-valias urbanísticas permitiu construir uma sociedade menos guetizada com níveis de integração social, dos diferentes grupos sociais, elevadíssimos. Nestes países o desenvolvimento urbano e a política das cidades não são apenas e só meras questões económicas mas são o centro das políticas urbanísticas que articulam ordenamento do terrítório, com emprego, com habitação e com coesão social e urbana e desenvolvimento sustentável. Talvez fosse bom pensarmos que estas coisas estão todas interligadas.


 

Pedra do Homem, 2007



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