"Começa a «vingança» da Constituição sobre o «atado» de Lisboa. Quem preferiu, a um documento coerente, legível e potenciador duma verdadeira União (em termos funcionais e de exercício da cidadania, pois não acrescentava nada que o Tribunal de Justiça não dê já coma adquirido… os membros da União mantém um elemento de soberania: o direito de dizerem que querem sair.. pagando o que receberam à entrada, com juros…) não pode agora queixar-se destas escolhas, sendo certo que elas hão-de sempre recair no menor denominador comum e não no mais brilhante… Não obstante, para quem vai lendo os jornais belgas, há no post uma marcada injustiça: este senhor, intelectualmente brilhante, tinha escolhido há mais de um ano dedicar-se só aos poemas japoneses e à criação de cães! Só aceitou ser primeiro ministro depois de a Bélgica estar há quase um ano sem um governo estável… E esse é o maior medo dos belgas… o regresso de Leterme…"

PS- Onde escrevi «atado» não é erro: o «atado» de Lisboa limita-se a «atar» os tratados em vigor, acrescentando-lhe uma dúzia de normas procedimentais, num molho de bróculos ilegível e pouco mais funcional do que o que estava em vigor…

Manuel Piteira


 

Pedra do Homem, 2007



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