Fernando Ruas reagiu à proposta do Governo, de limitar os mandatos dos autarcas, com uma recusa liminar. O argumento é a, hipotética, falta de legitimidade dos deputados para decidirem sobre esta matéria.
O que mais desgosta o presidente da ANMP é o facto de a nova legislação ter efeitos retroactivos e, em particular, por "conceder mais um mandato a quem actualmente já tiver mais de três." Num momento de grande desapego Ruas propõe ao Governo que tenha a coragem de "já que impõe a retroactividade, deve levar a medida até ao fim e aplicá-la já nas próximas autárquicas." O Governo deve, neste particular, respeitar religiosamente a proposta de Fernando Ruas, acho eu.
Ruas está a mandar um sinal para o seu partido e para o PP - sem uma maioria de dois terços a lei não é aprovada - e a convidar os autarcas do PS a fazerem a indispensável pressão para moderar os "ímpetos" reformadores de que o partido dá mostras.

PS - Aceitam-se apostas sobre a eliminação, ou não, da tão falada "cláusula de retroactividade ".


 

Pedra do Homem, 2007



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