Sabe-se desde o primeiro minuto que a entrada de Freitas do Amaral para o Governo visava chegar mais longe. Um ministro de um Governo eleito com maioria absoluta numa vitória da esquerda, que foi simultaneamente a maior derrota da direita, adquire uma legitimidade que pode compensar bem todo o seu passado e a sua origem política. Por outro lado à direita Freitas tem os seus créditos firmados e já aproveitou estes meses para "fortalecer" as relações com a senhora Rise. Morre assim um foco de contestação centrado na hostilidade do "tio da América". Não se confirmam as análises , como a de António Barreto, que davam o homem como tendo renunciado ao seu "velho" sonho presidencial.
O problema agora é o candidato poeta que acha que "não faz qualquer sentido" a candidatura de um homem de direita em nome da esquerda. Se conseguir evitar a candidatura presidencial de Freitas, que deverá ter tido, desde o primeiro minuto, o sólido consentimento e empenho de Sócrates, e de Guterres, Manuel Alegre merece uma estátua e desta vez não pelos seus méritos poéticos. Mas falta a posição de Mário Soares, o senador dos senadores.


 

Pedra do Homem, 2007



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