Foram uma maçada. A política portuguesa no seu pior. Um grupo de candidatos pouco interessantes, incapazes de definir com clareza a importância da função Presidencial na actual situação do País. Quatro, os que se situam à esquerda, supriram a deficiência de formas diferentes mas com um denominador comum: todos querem ganhar para evitar a direita revanchista no exercício da função presidencial. Uns fazem campanha, caso de Louçã e de Jerónimo, como uma oportunidade para lutar contra as "políticas de direita" do actual Governo. Soares e Alegre, sobretudo, para evitar que Cavaco possa ganhar. É pouco e é pobre.
Constança Cumha e Sá a entrevistadora foi, como nalguns jogos de futebol em que o árbitro se destaca da mediocridade da partida, a mais competente. Conduziu os candidatos da esquerda para o terreno da luta para evitar a vitória de Cavaco, desvalorizando as suas (?) propostas e confrontou Cavaco com a eficácia das suas (?) propostas de exercício da função.
Noto-lhe uma falha. Nunca confrontou Cavaco com as críticas que Soares, sobretudo, lhe tem feito. Apenas na abordagem da questão da política profissional a presença de Soares transpareceu, embora o discurso de Cavaco contivesse várias indirectas ao ex-presidente.


 

Pedra do Homem, 2007



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