(...) De Sines é sempre referido o complexo industrial, mas JCG teima em reduzi-lo à refinaria da GALP. Porque será que as restantes empresas não o incomodam tanto? Só para referir duas, a APS que tem uma flare (aquele tubo com uma chama na ponta) mesmo no limite urbano da cidade e a Repsol (ex-Borealis, ex-Neste, ex-CNP) que nos brinda amiúde com lençóis de fumo negro e iluminação nocturna. Já agora mais uma, a ETAR da Águas de Santo André, estrategicamente localizada a norte de Sines, de onde aliás são os ventos predominantes.(...)"
(Doutor Zeca)

A afirmação de que eu teimo em reduzir a poluição emSines à refinaria da GALP é apenas, estou certo, um lapso resultado de uma completa desatenção às minhas posições. As minhas críticas são conhecidas, encontram-se neste blogue, em dezenas de posts, e em mais de quinze anos de intervenção pública, com textos publicados na imprensa local e nacional, sobre esta sensível questão. Infelizmente apesar das patéticas declarações do edil comunista as coisas não melhoraram nos últimos anos. Os últimos três dias aí estão para o demonstrar se necessário for. Mas pela sua dimensão e pela sua práctica a GALP tem especiais credenciais, a meu ver, nesta matéria. A práctica inclui a relação especial que estabelece com a autarquia. Falo do apoio financeiro que gera silêncios cúmplices. Defendo que estas relações entre autarquias e grandes poluidores devem ser regulamentadas. A contribuição das empresas é um dever. A esmola é um favor e gera dependência. Ora na política a dependência corrompe.
Quanto à grande unidade poluidora ETAR não comento porque essa linha de argumentação não merece.
Interessa-me a questão da poluição porque é o maior constrangimento ao desenvolvimento de Sines. É a poluição a principal causa da prevalência de um modelo de desenvolvimento que unicamente atrai empresas e investimentos dos sectores mais poluidores. Eu gosto de Sines e acredito que Sines tem futuro mas sei que isso passa por alterar a prácica dos grandes poluidores. Não é possível termos a mais importante plataforma industrial do país e uma terra a perder população, com sinais de decrepitude social.
Tenho as maiores dúvidas que os políticos nacionais e locais se preocupem minimamente com isso.


 

Pedra do Homem, 2007



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