O anúncio feito pelo empresário Patrick de Barros e pelo senhor ministro da Economia - a ordem não é arbitrária - da construção em Sines da maior refinaria da Península Ibérica e uma das maiores da Europa é uma péssima notícia. Para quem conhece a forma de procedimento desta gente - o seu clássico desprezo pelos direitos das populações à saúde e a viverem num ambiente saudável - e para quem sabe o que tem acontecido ao longo dos últimos trinta anos, o futuro do concelho de Sines e de parte do Litoral Alentejano não se pode antever como risonho. Haverá bons negócios para alguns, algumas centenas de empregos que diminuirão com o tempo, dinheiro quanto baste para calar a Câmara - o que é verdadeiramente desnecessário face ao passado recente e às imediatas declarações do nosso Manuel "Refinarias" Coelho - e sobretudo, a única garantia efectiva, uma duplicação das emissões atmosféricas o que equivale a um aumento brutal dos níveis já elevados de poluição. O suficiente para afastar tudo aquilo que ainda há alguns anos nos prometiam para daqui a seis meses: um novo modelo de desenvolvimento com a fixação de industrias limpas e de empresas prestadoras de serviços avançados às empresas. Uma fraude.
A nossa parte do Plano Tecnológico, de Manuel Pinho e de Sócrates, é uma refinaria. Trinta anos depois um doloroso e pestilento regresso ao passado.
PS- Não existe nenhuma omissão na não referência ao Ministério do Ambiente. Não se deve falar de uma não existência.
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