Como aqui se refere esta questão não tem sido tratada na blogosfera. Com excepção deste blogue que trata, como pode, as questões ligadas aos investimentos na Plataforma Industrial-Portuária de Sines e os seus reflexos na saúde pública e no ambiente. Saliento a saúde pública porque essa perspectiva nunca está presente na abordagens, por exemplo, dos nosso ecologistas. O homem, aparentemente, não faz parte das suas preocupações o que nos poderia levar a pensar que estão próximos de movimentos do tipo "deep ecology" que Luc Ferry tão bem caracterizou na "Nova Ordem Ecológica" ( edição da ASA de 1993).
Mas a Bloguítica levanta outra questão pertinente que é a articulação entre os projectos turísticos na parte norte do Litoral Alentejano e esta concentração de industria pesada exactamente a meio do Litoral Alentejano. Seria interessante recuarmos ao tempo do primeiro governo de Guterres quando se defendia um modelo de desenvolvimento do Alentejo que integrava o Litoral, o Centro e o Interior, articulando o Terminal XXI, o aeroporto de Beja e o Alqueva. Que passava pela qualificação ambiental da plataforma de Sines e pelo investimento em fontes de energia menos poluentes do que as ligadas à refinação do petróleo e às centrais térmicas a carvão. Ou ainda recuar mais uns anos, até ao ínicio da década de 90, quando o então jovem e anónimo deputado socialista José Sócrates aqui fazia "campanha" contra a construção em Sines de uma incineradora dedicada, decidida num Governo de Cavaco Silva e cujo defensor oficial era, o então secretário de estado do ambiente, Macário Correia. Os argumentos de então, a visão estratégica de então, por onde andarão?
Com a passagem do tempo os protagonistas não mudam o que muda é a sua posição relativamente às questões.


 

Pedra do Homem, 2007



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