Uma notícia do Público local do passado sábado com o título "Segurança dos oleodutos de Sines vai custar 6,6 milhões" proporcionou a todos um inesperado momento de humor.
A notícia é o anúncio de que os os oleodutos localizados junto à cidade de Sines vão passar a estar protegidos como deveria acontecer num país normal e numa cidade normal. Trata-se pois do anúncio de uma correcção de uma situação perigosa para a saúde e a segurança dos cidadãos e devia ter sido acompanhada de um pedido de desculpas das empresas do complexo industrial aos cidadãos de Sines pelo atraso injustificado. Em particular da Petrogal.
Este anúncio é no entanto uma falácia pois trata-se do anúncio de uma intenção - que vais ser candidata a financiamento de fundos comunitários ( importava saber quem se candidata) etc,etc - podendo ler-se na notícia que as obras poderão ser adjudicadas ainda em 2006. Portanto até final de 2006 ou de 2007, ou quem sabe mais tarde, a situação existente e denunciada no Público alguns meses atrás vai manter-se.
O porta-voz da notícia foi o edil comunista que nunca abdica do seu papel de porta voz das empresas e dos seus interesses. O momento de humor está na explicação dada por Manuel Coelho para o atraso na realização das obras. Diz o autarca: "Até agora não tínhamos nenhuma indicação segura, precisa, de quem os geria, quem era o responsável. E constatava-se também que não havia a segurança devida para um equipamento desta natureza, que opera materiais inflamáveis e de risco."
Esta declaração, uma entre muitas, cobre de ridículo o seu autor e provoca fartas gargalhadas nos administradores da GALP e das empresas da plataforma industrial que naturalmente seriam incapazes de produzir estas afirmações. Encontraram a pessoa ideal para desempenhar este papel.
Fica uma pergunta. Quem é que o autarca achava que estava a operar o pipeline? A Santa Casa da Misericórdia? O Vasco da Gama? A oposição municipal, caso exista? A Real Cmpanhia dos petróleos da Arábia Saudita? O rei de Marrocos? A Associação de Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo?
E já agora outra questão. Qual foi o método de detecção utilizado? Montaram um apertado esquema de vigilância para descobrir o operador? Ou perguntaram às entidades competentes quem eram os malandros?
Pronto já sei, o autarca pergntou a si próprio ele que trabalhou durante anos para o operador, sendo aliás um justíssimo indemnizado.


 

Pedra do Homem, 2007



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