As notícias destes últimos dias não deixam qualquer dúvida, Mega Ferreira tem carta branca do Governo para acabar o Centro Cultural de Belém. A condição deve ser a de não se gastar um tostão de dinheiro público. Sobre isso Mega Ferreira esclarece, tranquilizador, que "(...)Há a ideia de um projecto que se financia a si próprio(...)" Esta ideia é a recuperação da ideia da Expo-98 que deu no que deu: a destruição de um excelente projecto de recuperação urbanística, transformada por via do imperativo do custo zero, numa operação de especulação imobiliária que ainda não parou.
Talvez Mega Ferreira venha agora aplicar aos equipamentos culturais a doutrina que aplicou na Expo. "Cultura da mais alta qualidade para o maior número de pessoas" Na Expo o imobiliário, que financiou e continua a financiar toda a operação, também prometia ser da maior qualidade e para o maior número de pessoas. O resultado foi a construção de uma parte da cidade classista, com a oferta dirigida ao sector de maior poder aquisitivo, uma parte da cidade construída à revelia de qualquer orientação de política pública capaz de assegurar um espaço interclasista, democrático, com a qualidade do imobiliário a ser o determinante da segregação das populações de menores recursos.
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