O que terão em comum a SAD do Sporting Clube de Portugal e Portugal? Muito. Em ambos os casos os seus ditrigentes apresentaram em tempos, não muito recuados, um projecto cujo resultado só poderia ser a grandeza, que se mede, num caso por títulos e património e noutro por melhoria geral do nível de vida dos seus cidadãos. Em ambos os casos, passados alguns anos de exercício do poder por aqueles que anunciaram o "projecto", os resultados não podiam ser mais diferentes dos previstos. Num caso escassez de títulos e um endividamento brutal que obriga, dizem os do "projecto", à alienação do património, no outro divergência com a Europa e agravamento das condições de vida da maioria da população, apesar da venda de tudo aquilo que o Estado ainda tem. Em ambos os casos os bancos ganharam com e apesar do infortúnio. Num dos casos tomaram o poder e hoje ditam o que deve ser feito ameaçando declarar inviável uma instituição centenária. No outro caso, apesar da crise ou por causa dela, obtêm lucros como nunca tinham conseguido. Em ambos os casos os que erraram de forma grosseira apresentam-se com uma proposta para o "futuro", o que em vez de assustar de morte as vítimias dos erros anteriores parece enchê-las de esperança. Em ambos os casos nunca os responsáveis aceitam falar das responsabilidades anteriores, explicar porque razão não se confirmaram os "amanhãs que cantam". Preferem falar do futuro. Tentam, dessa forma, assegurar o seu.


 

Pedra do Homem, 2007



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