Manuel Coelho afirmou que a posição tomada pela autarquia relativamente ao Mercado visava a defesa do interesse público. Curiosa interpretação esta. Demolir um Mercado, que tem menos de 26 anos e que apenas necessita das obras de manutenção que nunca foram feitas, arrendar o espaço a um privado para aí instalar uma média ao grande superfície é do interesse público? Como é que o Presidente sabe isso? Só, como afirmou, porque as pessoas confiam na força política que representa? Será que no seu programa tinha previsto esta operação? Será que tem legitimidade política para tomar esta decisão? Não será verdade que uma decisão desta natureza, que afecta toda a cidade, deve ser objecto de um processo especial de tomada de decisão?
Outra originalidade é que o autarca aprovou a medida na Cãmara, onde tem maioria absoluta, e pretende fazer o mesmo na Assembleia Municipal, onde a situação é igulamente de maioria absoluta da CDU, sem ter qualquer estudo para apresentar. Os estudos irão ser feitos pelos privados que estiverem dispostos a pagar os 3 milhões de euros que o autarca pretende receber. Tratando-se de um autarca comunista, eleito por uma força progressista como ele ainda ontem repetiu uma dezena de vezes, é caso para dizer que é no mínimo estranha esta noção de interesse público.


 

Pedra do Homem, 2007



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