Sou desde o início dos anos noventa absolutamente contrário à manutenção de executivos municipais pluripartidários. Tenho oito anos de experiência da coisa numa câmara de maioria absoluta comunista e sei como são falsas e cínicas as alegações de que desta forma se reforça a democracia no poder local. As maiorias tratam os vereadores das oposições "abaixo de cão", não respeitam as regras básicas da democracia nem o sentido do voto das populações e ninguém defende os seus direitos. A esse nível a democracia que temos é uma farsa. Discordo da posição que o BE tem tido nesta matéria semelhante, aliás, à do PCP e, do meu ponto de vista, muito errada. Mas reconheço que um vereador como José Sá Fernandes pode fazer muita diferença numa Câmara Municipal, sobretudo numa Câmara como Lisboa, muito mediatizada. Uma Câmara na qual os vereadores da oposição - sem pelouros atribuídos - até dispõem de staff. A anos luz do país real.
Vem isto a propósito do que escreveu esta semana no Expresso, Miguel Sousa Tavares sobre a crise na cidade. Cito: " (...) Em minha opinião, a CML e a cidade de Lisboa só têm um único rosto de alguém que ali está ao serviço dos munícipes, e é altura de prestar homenagem: é, obviamente, José Sá Fernandes, do Bloco de Esquerda. Por favor não me venham com aquele discurso "blasée" dos "pregadores do Bloco de Esquerda" e "já não há pachorra para os ouvir": a política mede-se pelos resultados concretos para pessoas concretas, e nada melhor do que a política das cidades para medir esses resultados. A única pessoa na Câmara de Lisboa que eu tenho visto conhecer os assuntos, bater-se pelo bem comum, não ter medo de enfrentar os interesses instalados e os influentes que mandam na cidade e não cobiçar cargos e mordomias nas empresas municipais ou outros tachos sempre ao dispôr é José Sá Fernandes.(...)"
Assino por baixo.


 

Pedra do Homem, 2007



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