Marcelo Rebelo de Sousa, domingo à noite, na RTP1 falou da Coferência da Moita e disse: "Só mais duas (notas) e estas sociais e importantes:Para louvar a iniciativa da Várzea da Moita onde houve uma Conferência Nacional de análise do Ordenamento do Território, das Mais Valias Urbanísticas e da Política dos Solos, ontem.É uma coisa muito rara haver iniciativas da sociedade civil deste teor e com este mérito.Tudo o que se possa fazer, em termos da sociedade civil no debate das questões que têm a ver com o urbanismo e o ordenamento do território, deve ser feito.”
Os jornais de referência, quer nas edições em papel quer nas edições online, nada disseram sobre o assunto. Dir-se-á que estamos perante uma séria manifestação de autismo jornalístico. Para quem se queixa da claustrofobia na sociedade, como alguns jornalistas se queixam, e para quem no discurso tanto "valoriza" as iniciativas da sociedade civil este comportamento é esclarecedor.
A explicação está no cada vez maior controlo que os poderes económicos - fortemente implicados nesta questão das mais-valias urbanísticas - exercem sobre os meios de informação privados existentes.
Este assunto que os moradores da Moita resolveram discutir é manifestamente inconveniente. Nem uma palavra, ouviram?

Adenda: Se em vez de terem optado por discutir estas questões os moradores da Várzea da Moita tivessem cortado uma estrada, como referiu um deputado do PS presente, teriam tempo de antena em todas as televisões e larga informação em todos os jornais, incluindo os semanários.
Aos moradores da Várzea da Moita faltou em "cultura jornalística" aquilo que sobrou em cidadania.


 

Pedra do Homem, 2007



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