... sobre Política de Solos e Mais-Valias iniciou-se ontem pelas 20h30 e conclui-se hoje. Estive presente na sessão de ontem à noite o que me permitiu escutar a excelente intervenção do engenheiro Pedro Bingre do Amaral, bem como as intervenções da jurista Ana Bordalo e do deputado Francisco Louçã.
Hoje participei no painel da manhã, com uma intervenção, na companhia do professor Paulo Morais, ex-verador da Câmara do Porto, do arquitecto Ribeiro Telles, de representantes dos moradores da Moita, em particular do arquitecto Américo da Silva Jorge e do vereador da Cãmara da Moita, Joaquim Raminhos e do deputado Luís Marques, do MPT membro do grupo parlamentar do partido Social-Democrata.
As intervenções que pude escutar foram de uma elevada qualidade e analisaram o problema na verdadeira dimensão que ele tem: uma dimensão nacional. Em simultâneo as intervenções dos actores locais e sobretudo dos moradores permitiram perceber melhor aquilo que está em jogo nesta questão no concelho da Moita.
Trata-se de uma iniciativa de um grupo de cidadãos que confrontados com um problema que afecta as suas vidas - a revisão do PDM da MOITA - optaram, como salientou um deputado do PS, por discutir as questões convidando um leque alargado de participantes insusceptíveis de classificar segundo qualquer padrão de orientação político-partidária. Desta forma deixaram cair no ridículo as acusações ds estruturas locais do PCP de que se tratava de uma organização contra essa força política.
A democracia ainda nos reserva destas boas surpresas: um acto de cidadania capaz de suscitar à volta de um problema local uma reflexão que atinge uma dimensão inequivocamente nacional pelas questões suscitadas e pelas análises feitas pelos diferentes oradores.
Os meus sinceros agradecimentos aos moradores da Várzea da Moita e a minha solidariedade na sua luta pela defesa dos seus interesses que coincidem com a defesa de um melhor ordenamento do território para o concelho.
PS - a imprensa de hoje, tanto quanto pude ver, não traz qualquer referência à Conferência. Como é do conhecimento geral apenas o jornal Público, pela pena do jornalista José António Cerejo, se referiu a ela ao longo das últimas semanas.
Como cantava o Chico Buarque, "a dor da gente não sai no jornal"
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