No seguimento deste post (entretanto apagado por alguém exterior ao blogue, não sei de que forma, mas vou saber) recebi da Engª Maria António Santos a "resposta" que segue ( sublinhados da minha responsabilidade).
"Caro Sr. Eng.,
Antes de mais quero-lhe dizer que estava completamente enganada a seu respeito. Sempre tive por si uma certa consideração e respeitava o seu espírito critico e o poder interventivo que revelava, pois quando tenho oportunidade leio o seu blog ou artigos de opinião que vão aparecendo aqui e ali. Para além disso, sempre o tive como uma pessoa de diálogo franco que gostava de conversar sobre os temas e conhecer as questões a fundo. Muito me desiludiu! A postura que revelou na resposta que deu públicamente a este mail, demonstra uma arrogancia e prepotência, de quem assume que tudo conhece e nem sequer quer aprender e actualizar o seu conhecimento. Aliás o seu blog é a sua imagem e já revela esta faceta do seu carácter, pois não permite diálogo directo, ao contrário do que costuma acontecer noutros blogs. É sim, um site de promoção pessoal que valoriza e enaltece os seus próprios monólogos.
Assim sendo, não merece sequer ser convidado para visitar a Refinaria de Sines, local onde trabalham cerca de meio milhar de pessoas da região, que muito contribuem para o desenvolvimento do País e em particular do Conselho de Sines. Talvez o seu trabalho, aqui nesta terra, só exista porque directa ou indirectamente a Petrogal e todas as restantes indústrias deste pólo industrial existem.
Para terminar, quero só referir, que, como Engenheiro que diz ser, deveria procurar aprender diáriamente, e já que o assunto referente às indústrias da região o interessa tanto, em particular a Petrogal, era do seu interesse conhecer os avanços tecnologicos que estas indústrias, nomeadamente a Refinaria, têm realizado nestes últimos 6 anos para se optimizarem ambientalmente e para se tornarem competitivas. Poderia assim arranjar mais pontos de crítica e até mais fundamentados...
Como já dizia Sócrates: " Eu só sei que nada sei "
Julgo que se trata de uma resposta suficientemente eloquente para dispensar qualquer comentário.
Constato apenas que logo que o "cheiro" da conversa não agrada há quem desvie as questões do campo dos "factos" para o campo do "carácter" . Afinal tudo seria diferente se o carácter do sujeito fosse menos arrogante, menos prepotente, mais dialogante, etc. A excelência desse carácter ídilico, quase perfeito, encontra-se nos que não falam, não criticam, não contestam, não ousam responder á prepotência dos que acham que toda e qualquer opinião crítica ou o simples expressar de uma reacção a uma agressão ambiental tout-court é pura e simples ignorância.
Julgo que não faz qualquer sentido acrecentar grande coisa.
Recomendo à senhora em questão algumas leituras que muito a ajudarão. Em primeiro lugar o livro de Paulo Granjo (edição do ICS e Prémio Sedas Nunes de 2006) " Trabalhamos sobre um Barril de pólvora" Homens e Perigo na refinaria de Sines", em particular os capítulos: 2- identidades e fronteiras; 4 -emprego e dependência; 11- Ideologia de gestão enquanto factor de risco. Em segundo lugar do livro do poeta Al Berto (edição da Contexto de Novembro de 1982) "Trabalhos do Olhar", o Mar de Leva (sete textos dedicados à vila de Sines) e por último da obra "Da ocidental Praia Lusitana. Vasco da Gama e o seu Tempo" ( edição da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses) o texto " Sines no Trânsito da Época Medieval para a Moderna" do historiador António Martins Quaresma.
Afinal só a aprendizagem diária nos pode livrar da ignorância dos "novos descobridores".
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