Esta minha proposta de escrever sobre um livro podia ser chamada "um livro por semana". A ideia é fazer uma leitura crítica de uma obra ao longo de uma semana, dedicando cada dia a um ou mais capítulos. Começo com o último livro de Joseph E. Stiglitz, "Tornar eficaz a Globalização", publicado em Outubro de 2007 pela ASA.
Este livro segue-se a outros dois do mesmo autor, publicados entre nós pela Terramar : "Globalização. A Grande Desilusão" e "Os Loucos Anos 90 - A Década Mais Próspera do Mundo". Stiglitz é um dos maiores críticos da forma como tem sido gerida a Globalização e do Consenso de Washington, celebrado entre o Banco Mundial, o Tesouro Americano e o FMI.
Nesta obra propõe-se, além de insistir na denuncia do que funcionou mal , dando abundante informação sobre as diferentes situações, explicar como é possível actuar no sentido de que a Globalização seja eficaz e justa.
O livro tem 10 capítulos: 1)É possível um mundo diferente; 2) A promessa do desenvolvimento; 3) Fazer com que o Comércio seja Justo; 4) Patentes, Lucros e Pessoas; 5) Quebrar a maldição dos recursos; 6) Salvar o Planeta; 7) A Empresa Multinacional; 8) O Ónus da Dívida; 9) Reformar o Sistema Global de Reservas; 10) Democratizar a Globalização.
A ideia global que Stiglitz defende está resumida nos dois últimos parágrafos do livro: (...) Para a maior parte do mundo, o modo como a globalização tem sido gerida mais parece um pacto com o Demónio. Num país, poucos são os que ficam mais ricos; as estatísticas do PIB, valendo o que valem, têm melhor aspecto, mas os modos de vida e os valores básicos estão ameaçados. Em certas partes do mundo os ganhos foram ainda mais ténues e os custos mais palpáveis. Uma maior integração na economia global, trouxe uma maior volatilidade e insegurança e mais desigualdade. Até os valores fundamentais são ameaçados.
Não tem de ser assim. Podemos fazer com que a globalização resulte, não só para os ricos e poderosos, mas para todas as pessoas, incluindo aquelas que vivem nos países mais pobres do mundo. A tarefa será longa e difícil. Já esperámos tempo de mais. A hora de começar é agora.
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