Parece evidente que os atentados do foragido Reinaldo contra Ramos-Horta e Xanana não se explicam facilmente com simplificações do tipo "os bons contra os maus". A sobrevivência de Reinaldo, a sua impunidade anos a fio, é uma história muito mal contada.
Julgo que, do muito que se escreveu, não se perde grande coisa se nos ativermos à crónica de hoje, no Público, da autoria de Adelino Gomes. Não dando nenhuma resposta nem caindo em simplificações daquilo que é manifestamente complexo, Adelino Gomes tem o mérito de fazer as perguntas necessárias. Cito: "(...)Foi um acto de loucura de Reinado? Uma acção isolada de um grupo de rebeldes desesperados e que se sentiram sem alternativa face a um iminente acordo político entre altos cargos do Estado e as principais forças políticas? Ou, pelo contrário, uma acção de âmbito mais vasto e de participações mais alargadas? (...) A independência e a liberdade, conquistadas à custa de tanto sofrimento, não podem coexistir com o desrespeito pelas leis do Estado e com a permanência, consentida, de grupos armados.(...)"
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