Sócrates assentou praça em Sines para anunciar investimentos de milhões. Empolgados pela propaganda um canal televisivo chegou a anunciar, na última terça-feira, que os novos investimentos da GALP iam permitir 35 000 postos de trabalho, depois corrigidos para 7500 directos e indirectos. Coisa à dimensão de um PIN+ , o primeiro PIN+ como referia orgulhoso o primeiro-ministro.
Modernidade, futuro, competitividade, estratégia são palavras matraqueadas nos últimos dias.
Num sector de capital intensivo, fortemente poluente, em que o investimento por posto de trabalho é brutal, choca ver a facilidade com que se impõe a propaganda mais despudorada.
Sócrates, ele que é pouco dado a divagações, afirmou mesmo que uma fábrica vai trazer a movida para Sines. Uma fábrica petroquímica, imagine-se. Que ideia terá o primeiro-ministro da movida?
O mesmo Sócrates, numa omissão reveladora, não fez qualquer referência ao Plano existente para controlar e garantir o respeito pela saúde pública e pelo direito dos cidadãos a viverem um ambiente saudável. Talvez tenha pensado como o outro que achava que quem está mal muda-se ou pura e simplesmente saiba muito bem que o Plano pura e simplesmente não existe.


 

Pedra do Homem, 2007



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