As declarações do inenarrável Valter Lemos, esse expoente máximo do socialismo democrático na área da Educação, sobre a origem da violência no interior das escolas são de bradar aos céus. Para o eminente membro do governo o que interessa é a origem do problema e sobre isso ele não tem dúvidas: ela é exterior ao sistema que, com tanto amor e carinho, tem ajudado a (des)formatar nos últimos tristes anos. Assim sendo, dizendo isto, ele esclarece alto e bom som que nada vai fazer para permitir restituir à escola pública a dignidade perdida. Ou melhor , diz que vai apoiar na "contratação de monitores e mediadores para apoio aos docentes “para tentar obviar dentro aquilo que é a importação de fora". Não podia deixar de ser: Valter Lemos resolve. Como? "Apoiando" os professores. Será que ele está a pretender dizer que o problema está outra vez nos professores que levam porrada dos alunos porque não são capazes de "obviar dentro daquilo que é a importação de fora"?
Claro que nunca lhe passou pela cabeça que a atitude da aluna só podia conduzir a um único resultado decente: a determinação pelo Ministério da abertura de um processo disciplinar sumário tendente à sua expulsão da escola. Com a perda do ano lectivo e com a utilização do tempo disponível para ser tratada por quem a possa ajudar a recuperar o equilíbrio e a adquirir o mínimo de educação.
Um assunto desta gravidade merecia num país normal uma declaração do primeiro-ministro mas esse anda completamente absorvido pelos sucessivos anúncios dos seus próprios feitos passados e futuros para se poder preocupar com ninharias.

PS - de onde virá Valter Lemos?


 

Pedra do Homem, 2007



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