O Governo decidiu construir a nova travessia entre Chelas e o Barreiro. Esta localização - decidida com base num relatório do LNEC - foi a escolhida pelos técnicos para construir a segunda travessia do Tejo sendo que então prevaleceu a opção política em particular do monistro Ferreira do Amaral. Os tempos mudaram e o que era bom num determinado contexto pode já não ser passados alguns anos. Os tempos mudam e as realidades não são estáticas. Hoje, podemos encontrar alguns dos mais fervorosos adeptos da então solução Chelas-Barreiro a defenderem a solução Beato-Montijo. Por boas razões, poventura.
O que não parece oferecer dúvidas, a quem queira analisar estas coisas com frieza, é o facto de a ponte Vasco da Gama não ter constituído, como na época s edizia, uma alternativa susceptível de descongestionar a circulação na Ponte 25 de Abril. Da mesma forma que a contenção dos dormitórios na margem sul e a da especulação urbanística centrada na mudança de uso do solo rústico para urbano, também não passaram de miragens.
Eu que defendia a ponte Chelas-Barreiro à época, julgo que este ponto de vista defende bem a perspectiva dos que acham ser esta uma péssima solução para Lisboa. E, devo dizer, destaca aspectos potencialmente preocupantes, apesar de os grandes planos de água terem uma capacidade única para "absorverem" e "interiorizarem" estas coisas que os humanos resolvem plantar no seu interior. Vejo isso todos os dias ao fundo da minha rua.


 

Pedra do Homem, 2007



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