"Ministra não vai recuar no modelo de avaliação de professores". Esta ministra e esta política da educação são capazes de mobilizar os professores de uma forma nunca dantes vista. mais de cento e vinte mil professores em luta num total de pouco mais de 140 mil. Nunca uma classe profissional se uniu desta forma contra uma política e contra os seus agentes. E a ministra a fingir que não tinha visto e a pretender negar a importância da coisa. A ministra pode estar convencida da justeza das suas posições mas há duas coisas que ela não faz e devia fazer, porque integra um governo democraticamente eleito: 1) devia ter a humildade de respeitar esta manifestação tão forte de descontentamento e aceitar rever o conjunto de situações que a determinam, em particular o modelo de avaliação dos professores que quer impor; 2) devia respeitar o termpo democrático da manifestação e convocar as suas conferências de imprensa para antes ou para depois, não para o exacto momento em que elas se estavam a iniciar. Revela falta de respeito pelos manifestantes.
E por fim na sua declaração a ministra referiu a sua determinação em ultrapassar os obstáculos e os escolhos parecendo claro que se estava a referir a estes manifestantes e a esta manifestação. Será possível ser-se ministro da educação considerando que a quase totalidade do corpo docente é um obstáculo e um escolho? Parece que José Sócrates acha que sim?


 

Pedra do Homem, 2007



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