A autarquia está neste momento a fornecer informação suplementar sobre esta situação. Percebe-se que esta informação pouco ou nada adianta sobre os riscos para a saúde pública antes constitui uma oportunidade para destacar a actuação da câmara e a sua celeridade a tomar "de imediato, as medidas consideradas adequadas à situação".
Da leitura da informação disponibilizada não se entende onde estará a adequação das medidas e muito menos a celeridade na resposta, senão vejamos:

Em primeiro lugar o Presidente da Câmara foi informado em 19-11-2008 de que algo de anormal ocorria na zona de um dos aquíferos que alimentam o sistema de abastecimento de água a Sines.
Apenas no dia 22 de Dezembro o abastecimetno a partir da captação suspeita foi interrompido. Atendendo à sua importância o abastecimento teve que passar a ser efectuado a partir de Santo-André.
O que aconteceu nestes 33 dias? O que fez o Presidente da Câmara para defender a saúde dos seus municipes? Fez muitas coisas mas não fez o essencial face á provável gravidade da situação: não interrompeu imediatamente o abastecimento a partir dessa captação como lhe competia.

Oficiou as entidades, mandou fazer análises , reuniu com as Universidades- como é seu costume - voltou a oficiar as entidades competentes, mas permitiu que a água de abastecimento continuasse a ser captada nessas captações contaminadas. Não foi previdente, nem usou da elementar precaução que é necessária em situações desta natureza. Tinha muita coisa para fazer e achou que esta situação podia esperar. Manifestou incompetência profunda e incapacidade para defender a saúde pública.
A mesma incompetência que quase 12 anos depois de ter chegado ao poder ainda o impede de ter implementado um sistema de monitorização da qualidade da água sobretudo nas zonas mais sensíveis, aquelas que se situam perto das empresas poluidoras.

Numa coisa estou de acordo com aquilo que foi feito: a participação ao Ministério Público. No entanto estou certo que a queixa devia ser contra o Presidente da Câmara e a sua omissão.


 

Pedra do Homem, 2007



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