"Vital Moreira insiste que PCP deve pedir desculpas pelas "malfeitorias" de que foi alvo"
Vital Moreira sabe muito bem que os seus ex-camaradas não vão pedir desculpas pelo sucedido. Ele poderia explicar ao país com clareza as diferentes razões que impedem o PCP de o fazer. Recordo apenas uma: isso seria admitir uma responsabilidade que não está provada, como Vital muito bem sabe.
As agressões, assim chamadas, não despentearam o candidato nem o submeteram a danos físicos que o impeçam de continuar a participar em debates -essa é, até agora, a maior agressão que já vi infligida à campanha do PS e aí estamos no campo da autopunição, pura e dura - e na campanha em geral. Do mal o menos.
Partilho da indignação que os insultos, os empurrões, a intolerância e este tipo de actuação cretina e reprovável em geral suscitam mas também concordo com todos aqueles que acham que a acção de um pequeno grupo de manifestantes serviu como uma luva os intereses do candidato e da sua apagada campanha.
Vital Moreira foi ao primeiro de Maio fazer o quê? Solidarizar-se com os trabalhadores nesta sua jornada de luta? Manifestar solidariedade com as dificuldades que atravesam nesta crise em que estamos mergulhados?
Posto isto parece-me que agora, na lógica da brilhante campanha pró-Europa que concebeu e está a colocar em práctica, Vital Moreira optou por agarrar-se como um naufrago aos últimos resquícios dos resborrifos de água e aos últimos sinais dos safanões dos manifestantes, para pedir ajuda e votos. É isso que ele quer, o resto são fait-divers.


 

Pedra do Homem, 2007



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