Este post de Renato Soeiro sobre a realidade da política agrícola comum e os seus beneficiários a partir da divulgação das listas dos contemplados com os apoios europeu à agricultura. Divulgação que foi agora tornada obrigatória por pressão da Dinamarca.
Fundamental para compreender a essência da generosidade europeia que consome com esta política quase 40% do Orçamento da União Europeia. O que aí se mostra é que os pequenos agricultores ficam arredados da maior fatia dos apoios que a UE disponibiliza, que acabam nas mãos dos maiores grupos agrícolas e nas mãos da rainha de Inglaterra e dos seus bilionários familiares. Confirma-se aquilo que quem acompanha estas coisas já sabia: que a França absorve 20% das verbas pelo que não deixa de ser excessivo falarmos de uma Política Agrícola Comum. De leitura obrigatória.
Cito: "Não espantará os mais habituados a estas andanças que, entre os maiores beneficiados pelos apoios da União Europeia, se destaquem as grandes multinacionais do sector e os grandes proprietários rurais, nomeadamente reis, seus familiares e outros membros da nobreza.(...)
A UE continua assim a apoiar generosamente todos estes pobres agricultores com o dinheiro dos nossos impostos. O apoio à agricultura em dificuldade e aos agricultores que realmente precisam é, sem dúvida, uma política necessária de solidariedade na União. Mas os dados publicados mostram uma realidade bem diferente. Se se fizesse um referendo em França, perguntando aos contribuintes se concordariam com a ideia de contribuir com 63 mihões para uma grande multinacional, esta política jamais seria adoptada.(...)
E se perguntássemos aos contribuintes do Reino Unido se concordam que, em tempos de tanta dificuldade para as famílias plebeias e trabalhadoras, estas sejam obrigadas a dar uma ajuda aos negócios privados de Sua Majestade, da família real e de outros nobres e grandes senhores da indústria, o que nos responderiam?(...)"
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