Manifestação: Fenprof estima 70 mil pessoas, PSP entre 50 e 55 mil
O Governo não consegue desmobilizar os professores que continuam maioritariamente unidos contra as suas políticas. A manifestação desta tarde dá disso um testemunho cabal.
A reacção do ministério e do primeiro-ministro, perante uma tão cabal demonstração de força e de mobilização, vai ser a mesma que tem sido face ás anteriores manifestações, e que o filósofo José Gil sintetizou de forma brilhante: "(...) às manifestações de massa (100 000 e 140 000 pessoas na rua), às greves de professores (mais de 90% de participação), respondeu com o silência e a inação.(...) tornando-se ausente, o poder torna a realidade ausente e pendura o adversário num limbo irreal. Deixando intactos os meios de contestação mas fazendo desaparecer o seu alvo, desinscreve-os do real. É uma técnica de não-inscrição.(...)"
Apenas esta opção de dominação dos professores justifica que o Governo mantenha a ministra e a política que tão grande contestação suscitou. O governo não admite mudar de política porque o seu objectivo está a ser conseguido: " cumprir a racionalidade orçamental, levando dezenas de milhares de professores a abandonar a escola. Através, afinal, de um sistema educativo em que avaliar significa desnortear, desanimar, dominar, humilhar, desprezar os professores, os alunos e a educação." Deste ponto de vista nenhum Governo se lhe comparou até hoje em eficácia.


 

Pedra do Homem, 2007



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