A Artenius parece ameaçada de falência total, embora haja quem diga com conhecimento de causa, que esta área de negócio está muito exposta ás crises e às variações no consumo.
No entanto ficam por explicar duas coisas: 1)Quais as vantagens que Portugal retira, ou pensou retirar, deste negócio. Tendo sido o investimento da CGD de 400 milhões de euros e tendo sido atribuídos apoios ao investimento de cerca de 90 milhões de euros, estando a construção da unidade em Sines -a fábrica significa um investimento inferior aos 400 milhões de euros - parada e existindo, tanto quanto se sabe, dívidas acumuladas a fornecedores, qual é a vantagem que Portugal retira deste negócio;
2)Qual é o interesse estratégico que justifica este envolvimento do Estado através do banco público?
Em Portugal, provavelmente também noutros países, existe o hábito de os ministros aparecerem no lançamento das primeiras pedras ou, tão somente, no anúncio de novos investimentos. Infelizmente não existe a tradição - para não usar a palavra ética - de explicarem de forma clara aos contribuintes o que andam a fazer com o nosso dinheiro e porque razão tomaram a opção A em detrimento da opção B. Talvez porque os governantes não pensem, e ainda bem, que os cidadãos se equiparem aos accionistas das empresas. Mas, talvez não fosse má ideia deixarem de nos considerar apenas e só cidadãos/consumidores passivos e acríticos, vagamente imbecis. Talvez fosse boa ideia passarem a considerar-nos pessoas inteligentes a quem têm a obrigação, irrecusável, de prestar não apenas contas nos actos eleitorais mas também públicos esclarecimentos sobre o que andam a fazer com o nosso dinheiro.


 

Pedra do Homem, 2007



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