Está já nas bancas a edição de Junho do le Monde Diplomatique - edição portuguesa - que, como é costume, traz um conjunto de trabalhos de leitura obrigatória. A resposta éstá implicita na pergunta e conduz-nos a uma conclusão que não nos pode agradar: Ontem como hoje as políticas públicas de habitação em Portugal são, mais coisa menos coisa, a negação do direito constitucional à habitação. Ora aqui está um lamentável ponto de confluência e de sintonia daquilo a que se costuma chamar o "Bloco Central".
Adenda: Devo também salientar um outro artigo, excelente, de Constantino Alves, Pároco da paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Setubal e cujo título é "BelaVista - Setúbal. O bairro estigmatizado, um futuro difícil." Uma reflexão, apoiada pela experiência de vida de quem pode afirmar que "(...)Conheço os recantos mais problemáticos, calco o lixo nas escadas e sinto o odor dos dejectos e esgotos a céu aberto.(...)" Uma reflexão sobre as diferentes causas da violência urbana gerada pela exclusão e pela marginalização. A degradação do edificado, a ausência de espaços públicos qualificados, a falta de equipamentos colectivos como por exemplo parques infantis, a elevadíssima taxa de desemprego entre a população em idade activa -perto de 30% - os estigmas que os residentes carregam que os leva a omitirem, por exemplo, a morada real quando procuram emprego, a incúria e a omissão das instituições, que deveriam ter uma acção integrada no Bairro. Para ler e pensar.
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