Entrada na Galp já rendeu 330 milhões de euros em dividendos à Amorim Energia
Trezentos e trinta milhões de dividendos em quatro singelos anitos mais uma valorização da empresa em mais de mil milhões de euros é obra. Como se conseguirá uma coisa assim? Olhando para os felizes beneficiários, apenas uma conclusão é possível: mérito, muito mérito, trabalho intenso, muito trabalho.
Américo Amorim e Isabel dos Santois pertencem àquela categoria de humanos que apenas conseguem alguma coisinha na vida à custa de esforços sobrehumanos e uma dose inquantificável de mérito. No caso de Amorim o seu principal mérito foi o de ter tido a sorte de um Governo o ter "obrigado" a comprar 33% da Galp. No caso da jovem Isabel dos Santos, quem mais do que ela pode exibir o mérito de ser filha do seu pai.
No caso de ambos assinala-se uma penosa, mas não para eles , contradição: os funcionários da Corticeira Amorim, bafejados por salários de miséria e ritmos de trabalho intenso, contribuem com o seu trabalho para o mérito que enche os bolsos do senhor Américo e lhe permite responder, patrioticamente, aos apelos que lhe fazem os políticos de ocasião para enriquecer depressa e bem com aquilo que era suposto ser de todos; a fortuna da sua sócia angolana é, tanto quanto parece, inversamente proporcional à miséria da generalidade da seu povo.

PS - claro que este tipo de posts se inscreve naquilo que alguns identificam como o mal português da inveja. Confesso a minha inveja, mas concedam-me que se trata de uma inveja a um preço justo.


 

Pedra do Homem, 2007



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