Fenprof exige novo concurso de colocação de docentes já no próximo ano


A Fenprof está chocada com o resultado da primeira fase da colocação de professores .Tem toda a razão deste mundo. O número de vagas que o Ministério e a gestão das diferentes escolas colocou a concurso nesta 1ª fase apenas se pode justificar à luz daquilo que José Gil descreveu como o comportamento psicótico desta equipa ministerial.

Faz muito bem a FENPROF em defender os que não obtiveram colocação, os contratados que assim continuarão, aqueles que esperavam e não conseguiram entrar no quadro. Mas faz muito mal, falha rotundamente, em não defender aqueles que tendo obtido uma colocação, espacialemnte forçada, na primeira fase do concurso, a centenas de quilómetros do seu local de residência e das suas famílias, serão posteriormente ultrapassados pelos seus colegas de QZP com menor graduação, invertendo a lógica do concurso e introduzindo uma preversa punição para os melhor classificados.

Para esses, o dr. Nogueira e os funcionários da sua estrutua sindical, limitam-se, quando contactados, a declarar com indiferença e até incómodo que "tiveram muita sorte" porque "até conseguiram um lugar no quadro".

Será que a FENPROF tem afinal um ponto de coincidência com a equipa da dr. Maria de Lurdes Rodrigues? Será que esse ponto é a "estabilidade do corpo docente" que na visão socrática dominante tem que ser conseguida a qualquer preço, mesmo submetendo os docentes às maiores punições, incluindo a separação familiar?

Por isso, não basta à FENPROF defender um novo concurso. É necessário que diga de forma clara as regras que ele deve incluir e esclarecer que este tipo de injustiças relativas devem ter um fim, passando os professores a concorrerem em igualdade de circusntãncias apena ordenados pela sua classificação e terem outra vez a possibilidade de escolher um conjunto alargado de escolas da sua preferência.

Fica aqui parte de um mail enviado à FENPROF por uma professora afectada pela "estabilidade do corpo docente" e por este processo kafkiano de colocações.

"Caros Colegas, gostaria de chamar a vossa atenção para um assunto que tem sido estranhamente ignorado. Não posso deixar de observar com revolta, mas infelizmente sem surpresa, que uma vez mais só vos interessa o gordo e visível número de pessoas que ficaram de fora dos concursos, ou seja sem colocação. Tenho defendido o papel dos sindicatos ao longo destes anos, ainda que muitas vezes em total desacordo com certas tomadas de posição, mas assisto sempre à defesa das mesmas coisas e ao esquecimento oportuno de assuntos menos "visíveis".

Passo a explicar a minha situação, minha e de mais umas centenas de colegas "bafejados pela sorte". Tendo até agora sido professora do QZP de Beja, vi-me neste concurso obrigada pelas regras do mesmo a concorrer a todas as escolas do QZP. Para meu grande azar obtive colocação no Agrupamento de Mértola (resido em Sines). Agora tenho a incrível sorte de poder concorrer a destacamento para aproximação à residência, mas só o poderei obter depois de todos os meus colegas de QZP sem componente lectiva obterem colocação em DACL!
Quais as hipóteses que tenho? Nenhumas! Até agora pelo menos metade dos meus colegas neste quadro de zona ficavam sempre sem horário. Trata-se aqui, ou não segundo a vossa posição e omissão, de uma total perversão das listas de ordenação?
Choca-me e revolta-me esta injustiça que eu há meses antevia. Mas choca-me muitíssimo o sindicato ter apenas umas palavras vagas e inninteligíveis sobre este assunto, o facto de nada fazerem e de nenhum apoio proporcionar.

Cumprimentos decepcionados Sofia Baptista"


PS - este post inclui parte de um mail que a minha cara metade enviou à FENPROF.


 

Pedra do Homem, 2007



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