Ministra da Educação preocupada com "clima de ódio desajustado" de Ferreira Leite
Se há alguma coisa que justifique o ódio na actual política governativa é a política de educação e a forma como ela trata os professores.
Eu, por exemplo, odeio profundamente a ministra e por tabela tenho um ódio profundo e um desprezo total pelo primeiro-ministro. Odeio-os.
Odeio uma política que trata os pofessores abaixo de merda e as famílais dos professores abaixo de merda. Odeio os políticos que concretizam uma política que parte do príncipio fascista que os professores são autómatos programáveis e que não têm vida própria, família, essas coisas que só a malta do Albino, da associação de pais, e a ministra, mais o primeiro-ministro é que têm o direito a ter.
Explico melhor: depois de 3 anos em Odemira(1) colocada com um filho de 6 meses com a obrigação de se deslocar diariamente entre Sines e Odemira a minha mulher foi hoje colocada em Mértola para os próximos quatro anos, a bem da estabilidade do corpo docente.
Como vamos fazer? Deslocações diárias entre Sines e Mértola? Separação da família nos próximos quatro anos, com metade a viver em Sines e metade a viver em Mértola? Separação da mãe do filho? Separação do filho do ambiente escolar no qual cresceu e do pai?
O ministério apenas e só quer uma coisa: tratar os professores como merda. Esmagá-los. Mostrar-lhes que são apenas e só números, peças na engrenagem, que podem ser manipuladas da forma mais arbitrária. Sem direitos.
Nojentos, merecedores de todo o ódio deste mundo.

ps - No final de 12 anos de carreira profissional sai a pior colocação possível no sítio mais distante do Quadro de Zona. Nojentos.

(1) - Na altura um pedido de destacamento por um ano para uma escola na zona de Sines foi recusado porque ter um filho com 6 meses de idade que se está a amamentar não é considerado motivo para destacamento. Pedido de destacamento apenas para o primeiro ano, note-se.


 

Pedra do Homem, 2007



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